Thursday, August 25, 2011

1ª exposição colectiva


Se procurássemos delinear a historiografia da gravura poderíamos começar por dizer que se trata de uma incisão numa superfície dura, geralmente plana, que quando em contacto com a tinta e o papel resulta numa gravação. Os materiais a usar como chapa de impressão são os mais diversos e destacam-se, por exemplo, a prata, o ouro, o aço, o cobre ou o vidro. Por conseguinte, a gravura representa, quer institucionalmente como historicamente, uma importante forma de produção imagens em papel sendo que na sua génese terá sido amplamente utilizada em reproduções comerciais, ilustrações para livros e revistas. A tecnologia e, nomeadamente a fotografia, veio substituir este seu papel nos meios de comunicação remetendo-a à representação de uma forma particular de expressão artística.

A ESAD.CR manteve, desde a sua génese, esta forma de expressão plástica nos seus currículos, proporcionando aos seus alunos uma oportunidade única de trabalhar com meios de impressão tradicional. Desta forma, tem oferecido uma experiência que contribui para que a prática da arte contemporânea incorpore técnicas antigas, numa espécie de olhar sobranceiro do passado, e de acomodar uma forma de criação milenar nas preocupações conceptuais das práticas contemporâneas. Os trabalhos aqui expostos abordam inúmeras questões da história da arte e da prática artística contemporânea, incluindo o conceito da obra de arte única, a tradução de uma imagem original para uma gravura e a apresentação dos meios de comunicação não convencionais como o desenho. Deve-mos ainda realçar que estão aqui representadas várias técnicas de meios de impressão no âmbito da gravura, onde se destacam a gravura cega, a ponta seca, a água-forte, as colagens e a xilogravura.

Os trabalhos artísticos desta exposição representam, todavia, algo mais importante do que qualquer medium, caso contrário tratariam apenas o formalismo superficial. Assim, apresentam-se abordagens efectuadas por alunos das disciplinas de gravura que oscilam entre a iniciação à gravura até à gravura avançada e a trabalhos de alunos de mestrado em artes plásticas. Esta seleção de 17 alunos/artistas aqui proposta, repercute uma pluralidade de expressões que proporcionam, em certo sentido, um novo olhar sobre as potencialidades que este medium detém e, simultaneamente, defende o seu entendimento e posicionamento amplamente na atualidade.

David Etxeberria, Agosto de 2011




Thursday, June 30, 2011

77





Trabalho inicialmente desenvolvido para os exercícios de auto-retrato da disciplina de desenho. O registo do processo de decalques acabou por tornar-se mais interessante do que o próprio resultado final. Adequei o trabalho à disciplina de Arte e Objecto de Arte cujo conceito está na relação da escultura, mais precisamente com o corpoescultura de Louise Bougeoise e da pintura expressionista abstracta, onde a valorização do gesto evidencio, pela sua repetição "infinita" de sete minutos e - quase sete segundos. Uma pequena ideia em desenvolvimento.

Coloco aqui algumas fotos e o link do trabalho pois não consegui importar o vídeo para este local, de qualquer das formas encontra-se num bom site: http://vimeo.com/25836538

Percurso - projecto






Estes registos pertencem à noite de ontem, a qual apliquei fisicamente uma ideia, - em pequena escala, - das muitas que me surgem, por vezes em sequência e sem necessidade aparente. Os post-its colocados numa das paredes da minha actual residência revelam isso.

Foi uma estratégia que adoptei para não me esquecer de certas ideias que me ocorrem espontaneamente enquanto leio um artigo interessante, ou desenvolvo um trabalho que entretanto nada tem de relacionado com essas tais ideias que então me ocorrem.

Esta, por exemplo, ocorreu de vários factores como o acumulado de post-its/ideias, o recente trabalho sobre a artista Janet Cardiff e por último e mais directamente ligado está o desenrolar do desenho quotidiano para a respectiva disciplina, para a qual desenvolvi vários pequenos grupos, em que num dos quais trabalhei com um jogo, normalmente de crianças, em que existem vários pontos enumerados num espaço de uma folha e, neste caso a criança, faz a sua ligação, construindo uma forma final.






















Este trabalho bidimensional satisfaz-me a vários níveis, sendo um trabalho que responde por si só, em termos da sua construção no espaço da folha, numa forma que se padroniza numa espécie de constelação que se "repete".

Apesar de aparentemente não ter nenhum tipo de interesse, para mim o facto destas linhas serem feitas por outras pessoas e não por mim, importa-me bastante, isto porque sinto o meu trabalho por terminado quando coloco os pontos no espaço, ou números, distribuídos pela folha. Quando sou eu que os interligo nunca me transmite esse lado de constelação como quando existe a intervenção do outro, pois, as linhas foram determinadas por mim e não por uma força exterior, nunca alcançando o lado transcendental. Admito que este trabalho é de carácter egoísta no sentido de eu querer desfrutar dele, mas ao pensarmos em todos os outros com mais atenção, esses todos também o são. Como ainda não descobri porquê a razão desse efeito em mim, da necessidade do outro neste trabalho, continuo conscientemente a percebê-lo como intuitivo, do mesmo carácter em que distribuo os pontos na folha que também o são feitos ao mesmo nível.

Deixando então este trabalho de lado, pois também está no seu começo, voltarei de novo ao "percurso". As suas ligações com o que falei anteriormente, são bastante evidentes: pontos no espaço que se seguem uns aos outros numa sequência determinada e que, neste caso, em vez de precisar de ser perseguida pelo olhar do observador, tratando-se de uma instalação, é necessário ser percorrida pelo espectador que passa a ser mais activo, primeiro porque a dimensão ultrapassa-o fisicamente e também porque envolve a aplicação de post-its em cada ponto em que a linha começa/termina incluindo inscrições que necessitam de uma aproximação física para serem lidas.

A ideia inicial para este tipo de trabalho, seria trabalhar com a linha(percurso), colocando objectos nele. Sendo os pontos de partida/chegada enumerados com uma "legenda" num post-it de uma ideia anterior que tive e que não sei para que serve, nem como apareceu, eu pretendo colocar as únicas "pistas" que me poderão levar ao caminho da resposta como e porquê, rodeando-me dos objectos e referências que julgo terem sido importantes, ou não, que proporcionaram o surgimento dessas ideias, numa espécie de assemblage e ao mesmo tempo mapa de referências de um momento específico. A minha intenção principal não é realmente descobrir o porquê, pois isso realmente não me interessa pelas suas probabilidades perderem-se no tempo e no espaço e em conjuntos de várias realidades que se cruzam nos processos activos. A questão que me impele neste trabalho é por enquanto a exploração de todas estas ideias.

Neste registo fotográfico, pelas características espaciais e atendendo ao facto de trabalhar as ideias como objectos, nos post-its, a colocação de papéis colados no fio, que marcam, numa espécie de mapa/maquete os locais de fixação do suposto objecto/referência particular ausente, satisfez-me pois acabo por trabalhar ao nível da ideia - abstracto, tendo a vantagem de transportar para o percurso alguns objectos que muito dificilmente o conseguiria, o que neste caso seria para mim algo que faria o trabalho terminar por aí pois apesar de não procurar saber a origem da(s) ideia(s), algo o qual pretendo ter rigor é na verdade do momento, na verdade da ideia, pois ela não existe sem a presença do seu mundo.

Se Janet Cardiff trabalhava com o som, aqui a palavra é tão leve como o mesmo. Enquanto o trabalho dela foca-se numa espécie de "manipulação" do espectador a viver elementos fictícios que ela constrói para se entrelaçarem na realidade, eu pretendo misturar uma outra realidade, mas que já aconteceu um dia... ou melhor, a captação do momento fugaz, assim como os impressionistas faziam, mas neste caso das cores que pintam as ideias, ou seja, dos elementos que a descrevem mais do que ela própria. A intenção não é confundir, mas construir um percurso com elementos ausentes/evocativos numa espécie de cenário que envolve as ideias que por fim se transformam num auto-retrato mais fiel possível através de elementos que me ultrapassam tanto física como intelectualmente.

Performance/Instalação "Microcosmos Capilar"

Este foi um trabalho desenvolvido para o anual evento Caldas Late Night, que ocorre há 15 anos nas Caldas da Rainha, tendo sido originalmente uma necessidade dos alunos da ESAD exporem os seus trabalhos sem limites que a escola impõe. Desta forma resolvi em participar através de uma ideia que me ocorreu de repente, como começa a ser normal no meu trabalho. Não querendo explicar ainda esse assunto das temáticas, foco-me aqui a apresentar uma descrição daquilo que foi o acto.


Mas antes disso passo a citar que a ideia inicial baseou-se num instante em que estava perante uma colega de turma, chamada Andreia, que tem uma característica de ter uns cabelos enormes e encaracolados, que parece terem-me servido de musa naquele momento. Então, estando eu com uma bola de tenis dela na minha mão, naquele momento, imaginei algo como a Andreia a jogar ténis sozinha contra uma parede sobre cabelos.


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Durante a realização do trabalho, existiu uma colaboração grande que agradeço ao Gustavo Santos e ao Leandro Valente que se disponibilizaram para me apresentarem o Nicola, responsável pelo espaço dos Silos onde decorreu a instalação performática, assim como à Susana Quevedo e ao Nikolay Komitov que colaboraram no árduo trabalho de limpeza do espaço, ao professor Damas da escola Secundária Raul Proença, director das instalações e material que me disponibilizou três raquetes de tenis para a realização, e por fim, à Joana Bernardo, Andreia Sofia e de novo à Susana Quevedo que foram as grandes performances. Sem me esquecer ainda, por último ao meu colega de turma Horácio que me emprestou o projector para conseguir realizar de melhor forma a ideia original. Sem esperar não me ter esquecido de ninguém passo então a descrever a acção.


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Por fim a sinopse acabou por ser dividida em duas partes, a primeira constituída pela performance da Andreia,da Joana e da Susana que, apenas com a orientação de que iriam improvisar, foram construíndo uma espécie de acção que se foi desenrolando expontanea e intuitivamente. Havia uma espécie de expectativa dos espectadores que esperavam algo acontecer, quando na verdade a performance já acontecia durante a preparação... mas como tudo era por improviso, a Andreia respondeu á expectativa do público e "abriu" a performance em grande atirando uma bola de tenis ao público.



Um "intervalo" sucedeu-se e ficou a instalação, os objectos ficaram "em cena" assim como foram deixados... os visitantes apareciam e não percebiam o que se passava... alguns perguntavam, qual o conceito, e eu explicava que tinha ali acontecido uma performance e que era "intervalo" (apesar desta palavra invalidar um pouco a instalação presente).

Apercebi-me que talvez o nome Microcosmos Capilar não tivesse sido bem escolhido, o certo seria talvez "A Andreia e a Bola", que no fundo reflecte a essencia do trabalho, pois este partiu exactamente da Andreia e seus cabelos que um dia, na ESAD, trazia com ela uma bola de tenis. Gostaria também que o público pisasse os cabelos, passasse pela experiência de pisar uma superfície a qual não estivesse habituado, coisa que não aconteceu durante a primeira parte. Como a improvisação era a demanda do espectaculo, e sendo as máquinas parte integrante deste, acabaram elas por decidir o fim desta acção, quando o projector anunciou que a gravação tinha parado automaticamente.



Entretanto, um à vontade foi surgindo e a instalação foi começando a ganhar acção através da participação dos expectadores que chegavam e jogavam connosco tenis, pois percebiam que já poderiam participar.... tentando evitar acertar nas performers que agora estavam sentadas, encostadas à parede com grandes possibilidades de "levarem com ela em cima".

(CONTINUA...)

Thursday, April 14, 2011

Land art, Foz do arelho









Já eram uma ou mais da manhã, coloquei um saco transparente na cabeça e deixei-me ir sem saber para onde. A intenção era ir para um campo onde se pudessem cheirar as flores desta primavera, que com sorte na vida... irei experienciar apenas mais umas sessenta vezes.

A plataforma que se sustentava e deslocava no espaço, movimentava-se projetando o meu corpo com ela para um local sem comprometimento algum com o tempo e fazia-me balançar sobre mim própria enquanto as luzes se expandiam e eu entrava nelas como se em túneis, como se viessem contra mim.

Contra a primavera, acabei na praia. Lá descontente, por querer algo que ali não tinha, vi na areia aglomerados de canas que me pareceram quase de uma fogueira gigante que nunca tinha sido queimada ou de pequenas casas de animais que ali tinham sido experimentadas. Levantei os olhos e vi alguns vultos de outras fogueiras que se distanciavam umas das outras, perante os meus olhos em passadas apressadas de 20 segundos. Se tinha sido um acaso ou não, se lá estavam assim porque sim, então porque não? E coloquei mãos à obra.

"Vou fazer uma intervenção", e sem saber muito bem o quê, fui construindo uma espécie de grades na areia, espetando cada cana, uma a uma, ligando o céu com a terra.

Inicialmente queria marcar como que um espaço de um grupo que lá esteve, em forma de meia elipse. O espaço estava marcado e comecei a escavar um buraco em frente dessa elipse quando entretanto encontrei uma rede. Com ela moldei a terra, fazendo com que um padrão saísse do buraco e se espalhasse sobre a areia. Cansada, levantei-me e vi ao longe uma vontade de tocar na água sem ter que sair do lugar onde eu estava. Essa semi-consciência que me tinha sido doada pela fragilidade humana fez-me querer ligar a elipse à água, tornando aquele local de contemplação visual numa possibilidade de tocar na água sem esperar que a maré enchesse. Começou então o trabalho mais demorado, ligar a elipse àgua...

Após a ultima cana, regressei pelo lado de dentro da praia, encostada às grades e recolhendo o lixo que encontrei e que de uma só leva me cabia nas mãos, até ao cimo onde se encontrava o local onde aquele grupo nunca existiu. Quando ia jogar o lixo para dentro do buraco e terminar, por mais inacreditável que pareça... uma estrela cadente... enorme..... apareceu exatamente no momento em que já tinha dado o balanço ao braço. Era tão grande que eu pensei ser um meteorito... enfim... lá pus o chinelo e os frascos de plástico no buraco e sentei-me ao meu lado.

Se ganhei algo desta noite, com toda a certeza foram músculos nos braços, num local onde nunca os tinha sentido, mesmo por cima das axilas.


Tuesday, April 05, 2011

Será que o tempo é realmente esperto?




Escrito a 03.Jan.2006

A revolta do tempo contra a evolução, o atraso macabro das cores que se arrastam todas ao mesmo tempo para trás, de retorno à antiga estrada que forma um tom cinzento e acaba por cobrir o ar.

Um lenço preto, que cobria a cara de uma criança, é esquecido, num parque infantil enferrujado de leves sons agudos que anunciam o segredo e mistério.

E lá se encontra, naquela estrada cinzenta, a criança, a criança com a cara destapada encostada a uma pequena estória. multiplicada por gerações anteriores, por fórmulas para fazer acontecimentos, conhecidas à nascença por cada um e esquecidas na velhice por todos.

O som da espera era infantil, agora é uma anunciação de imaginar outras fórmulas de acontecimento diferentes, neste momento o som é mais pessimista, mais realista e menos animado, que compõe um outro tipo de melodia. Uma melodia mais automática e menos trabalhada numa espera, o momento não voa e momentos depois esse próprio tempo continua numa revolta contra a sua própria evolução.

Inicio Agosto 2008

A noite sabe a altura, a montanha,
sabe ao cume e ao outro lado que não vejo.
Deixo pegadas onde não vejo
que formam desenhos, ou apenas um só desenho.
As marcas de passagem invisíveis
e cruzadas, abstratas (ou não).

Quem me dera poder lembrar-me de todos
os passos que já dei, todos os sitos por onde passei
e desenhar, sem levantar a caneta, a linha.

Olho para mim de olhos fechados
e vejo-me. Não tenho traços, principio nem fim.
Não me lembro da minha primeira memória
nem sei qual será a última.
Sou eterna, sou
o que me lembro que sou, sou o que quero
ser, sem nunca o conseguir.

(inicio) Agosto/2008


Tuesday, March 29, 2011

Brainstorming AOA











APNM



Caos, repetição, fragmentação, interior, ligação e autonomia.

Este trabalho não é um puzzle pois nem todas as peças têm ligações entre si, enquanto conjuntos de 4 e de 2 visualmente aparentam proximidades e creio que essas proximidades propositadas fazem o espectador procurar outras ligações, "não existentes", tornando mais obvias as ligações entre todas as peças, até às mais autónomas, tornando-as mais semelhantes. Numa tomada de atenção aos pormenores, numa aproximação, as peças cada vez mais se individualizam em si, os detalhes que as tornam mais distantes são também aqueles que as unem.

Resumidamente, foi um trabalho que apesar de muito esforçoso, deu-me um enorme gozo fazer.




Saturday, February 05, 2011

Beth Fulton

Acho que deve ser exactamente isto que me farta na televisão sem eu saber, tanto que não vejo televisão sem ser nos cafés faz alguns anos. Claro que, por exemplo, tem o seu prejuízo(?) como por exemplo, quando foi a altura da gripe ÁHHHHHH!!!!!, havia uma semana que ouvia falar de gripe e só depois perguntei, porque já estava farta da conversa: "mas o que é que se passa?"

Television is a drug. from Beth Fulton on Vimeo.

Roger Scruton, beleza e arte



Apesar de não ter legendas, é fácil perceber o conteúdo.

Thursday, January 13, 2011

Jean-Michel Basquiat: The Radiant Child

E isto será algo que irei ver ou hoje ou amanhã. O certo é que o trabalho de AOA, em que comparei o Neo-primitivsmo com Basquiat fez com que eu ficasse complectamente afectada pela genuinidade do artista. O meu diario grafico, predominantemente preto e branco, ganhou umas cores que não sabia poderem existir da nova forma que as vejo. Comecei eu a desenhar como uma criança, a colar desenehos de criança nas paredes.... enlouqueci, tá visto! Cheguei a sonhar com um trabalho dele e tudo! Um trabalho que nunca o vi, mas que definitivamente era, ou melhor, "seria" dele, quem sabe....

É principalmente o irreverente doodling nele que mais aprecio. A arte dele é o reflexo da cultura em que ele esteve inserido. O seu primitivsmo intelectual deve-se ás formas de representação primitivas, fazendo lembrar a arte das crianças, juntando-lhe etiquetas de textos escritos tão espontaneamente expressados como os proprios riscos, traços que fazia.

O deixar-se levar expresso nos seus trabalhos mostram-nos quase o retrato de uma sociedade em que ele estava inserido e os seus pensamentos recalcados mas conscientes. Não se pode dizer que foi uma pessoa privada da sociedade, como um prisioneiro ou um alienado, apesar de ter recebido atenções como se fosse um elefante que toca o sino por representar uma espécie de Arte Bruta.

Isto aconteceu pela vivência numa "outra dimensão", a dimensão dentro das grades que cerca o elefante e não deixa as pessoas lá entrarem pelo perigo, onde exite a prostituição, o roubo, a droga que acabou por satistafê-lo matando-o.









Face Painting/"A tenda da Pequenada"-Setúbal

Sempre adorei pintar o corpo, pegava num lapis para os olhos, mas quando fazia um risco debaixo das pestanas pequeninas, quando chegava ao fim da linha, tinha (e tenho)uma tentencia para continuar a riscar pela bochecha a baixo que não sei explicar porquê.

Cheguei a desenvolver um projecto no final de curso que consistia na organização de um desfile de Body Painting na escola que frequentava, em Setúbal. Alunos de artes da escola pintariam alunos que se increvessem para desfilar. Eu só estava na organização, mas claro, quando lá começaram a ir os alunos de artes pintar, enquanto tomava conta das musicas, tinha reservados duas "cobaias" para mim. Carcaças , petiscos.... pena não ter fotos desse trabalho.

Apesar deste trabalho que agora apresento ter sido mais soft, uma coisa é verdade.... sobre body paiting ou face painting, a conclusão que retiro dos dois é:

Body painting sem crianças é mais cansativo mas sem elas deixa de ter o sentido que tem. Sentes que o que fizes-te vale a pena, mesmo que seja só um coração vulgar espetado na testa ou na face, que não está bem desenhado porque elas também não param de se mecher, lá elas vão todas contentes a meter-se com toda a gente para que as vejam. Elas não querem lavar-se, querem que aquilo fique estampado na cara durante dias ou semanas, quem sabe se não pensaram em ficar com aquilo para sempre.














Consegui este trabalho graças á Mariana e ao Paulo,(os outros dois animadores sociais nas fotos), que me convidaram tive a oportunidade de trabalhar na feira de Santiago de Setúbal, numa tenda comparticipada pela Camara Municipal de Setúbal e com o projecto que eles os dois tinham feito. Apesar de ter sido um bocado á última da hora, como tudo o é, ainda foram duas semanas semanas sempre a bombar, pelas fotos não parece pois foram tiradas quando a tenda já estava practicamente vazia no fim.


As imagens que fiz na cara dos meninos não são de minha autoria, retirei da internet e colei no meu "espacinho" numa espécie de catálogo para as crianças escolherem. Como disse foi tudo muito em cima da hora.


No fim as crianças já me começavam a pedir só "tatuagens", coisa que eu adorava, era uma pausa para mim... No último dia deixei ser a vez deles a pintarem-me a mim, e as fotos tirei-as quando cheguei em casa. è pena... que nenhuma dessas imagens que me fizeram nos braços não tenha ficado durante algumas semanas ou meses.


De qualquer das formas este ano vou lá para ver se vejo os filhos dos feirantes, os mais assiduos, paritcipativos e grandes ajudantes.

Bons sons para se ouvir numa viagem longa